quinta-feira, 31 de janeiro de 2008



Escasso
Embriagados estão pelo não beber, é a sede, a angústia.
É fome, a ausência de amor.
Almas que vagam por corpos vazios, e nada buscam, pois nada conhecem.
Ignoram a vida e a luz. Não sentem, não tocam e nem se deixam tocar, pois não conhecem o toque, não escutam a música.
Seus ouvidos não enxergam e seus olhos não sentem. Seus lábios nunca conheceram a suave canção das estrelas em noite de lua.
O mutismo provocado pelo desconhecido é algo que nasce dentro de cada um.
Não se canta mais, nem se escrevem cartas de amor.
Embriagados por um vinho que já não existe, sentem fome de um alimento que não pode ser consumido.
Acabaram-se as maçãs.
Há portas fechadas, alguns caminhos se apagaram.
Alguém tem de despertar! É preciso que alguém se levante dessa grande cama do descaso. Do escasso.