sexta-feira, 20 de junho de 2008

Ilhada
Envolta em um mar de coisas e de gente; de situações e conceitos. Pressionada por nada. Talvez coisas. Um mar tão denso e tão vazio.
Incrível como me apego a mais e mais objetos abstratos, produtos de minha vontade. Que consumo, que produzo. Confio minha vida a pessoas que na verdade nem estão ali. Recebo em minha casa um amigo que não posso tocar, apenas sei de sua presença, é virtual.
Conversamos, não nos olhamos. Eventualmente nos vemos. Navegamos por vias digitais, nos comunicamos por transmissão de algum tipo de energia, ou onda.
Há uma nova caixa mágica onde talvez conheça alguém, compre um objeto. Posso fazer e conhecer inúmeras coisas.
Onde fica o tempo pra vida sentida mesmo?Quando é que se pode tocar? Ou só sentir?
É, talvez fique mais fácil assim. O ser idealizado, não é? Parte o que é, parte o que quero que seja. Parte um pouco do que sou e parte o que imagina que eu seja. Cerejas.
De qualquer maneira, quando nos vemos não nos anestesiamos? Com vícios ou em vícios? Acho que demoramos muito em abrir as portas, pro que realmente somos.
Há muitas voltas.
Já me basta a pele que tenho, o corpo em que nasci.
Sempre o vício das vestimentas. cada vez mais metida em nomes e roupas, telas e títulos.

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